Na ocasião do aniversário de 03 anos do Estúdio, preparamos uma série de recordações para comemorar a trajetória de Nosotras, por isso a proposta desse portfólio é retomar de forma afetiva os Nuestros Recuerdos, essa memória alegre e bonita que encontra nosso coração agradecido pela caminhada que traçamos coletivamente até aqui.
Compreendemos que nosso caminho enquanto Nosotras iniciou bem antes do estúdio nascer, por isso a série Nuestros Recuerdos também traz ações de coletivos e projetos que participamos nesta última década, que conduziram nossos passos e que tivemos a oportunidade de construir, aprender e dedicar juntamente com pessoas importantes na nossa vida e do Estúdio.
O projeto O que eu sempre quis falar foi a primeira iniciativa que tivemos a oportunidade de construir e foi linda a troca e os aprendizados que esse intento nos proporcionou. A proposta era favorecer espaço de discussão com temáticas sobre a vivência da condição juvenil através de rodas de conversas sobre questões de gênero, feminismo, políticas públicas, redução da maioridade penal e questões étnico-raciais. As discussões sempre acompanhavam a partilha de saberes de técnicas artísticas como o stencil, lambe-lambe, sticker, fanzine e artesanato.
O projeto iniciou em 2011 no Espaço Juventudes e encerrou em 2013 na Vila Barros, comunidade da zona norte de Marília e nesses anos aproximadamente 50 jovens fizeram parte das oficinas e rodas de conversas.
Foi nesse lugar que criamos laços com várias parceiras e amigas/os e que temos a alegria de cultivar essas relações até hoje.
Agradecemos todas as pessoas que fizeram p.arte e ajudaram a plantar a semente. Muito do que somos reflete o que vivemos nesse espaço coletivo.
O Sarau no Salão foi um espaço artístico proposto pelos jovens do projeto O que eu sempre quis falar na Vila Barros, a ideia era divulgar as artes que eram produzidas no bairro e também conhecer artistas da cidade. Realizamos 3 edições durante os anos de 2013 e 2014 no salão da capela São Francisco, zona norte de Marilia/SP, espaço onde o projeto conseguiu parceria para realizar as atividades.
O Sarau contou com oficina de filtro dos sonhos, intervenção de graffiti e stickers, apresentação de poesia, teatro, música, capoeira, além de instalação, exposição fotográfica e divulgação das artes produzidas pelos jovens durante as rodas de conversa e oficinas artísticas do projeto.
Sempre lembramos com muito carinho dessa atividade, pois além de divertida, foi importante na nossa caminhada.
O VerboColetivo – Arte Guerrilha Urbana nasceu oficialmente em 2013 reunindo parte das facilitadoras das oficinas e rodas de conversas do projeto O que eu sempre quis falar, que já caminhava para o encerramento do ciclo de atividades. A proposta do coletivo era agregar mais pessoas que participavam e se identificavam com as ações do projeto para discutir e construir coletivamente as pautas e as ações. Utilizando da arte e expressão como veículos de transformação social, o coletivo realizou diversas intervenções de arte urbana, oficinas, rodas de conversas, outros eventos e parcerias.
Dentre as atividades realizadas com esse grupo aconteceram rodas de conversa e oficinas de stickers com jovens em situação de privação de liberdadade na Fundação Casa, oficina de stencil com jovens nas escolas públicas, participação na construção da 3° Conferência Municipal de Políticas Públicas de Juventude, composição na Frente Popular de Lutas do município e construção do Fórum Popular das Juventudes, além do encontro de poesia “Nós Passarin”, evento de debate de gênero “Livre, indomável e do Ar”, as festas Arraia do Verbo e Primavera Coletiva.
Muitas outras ações e parcerias foram realizadas nos três anos de vida do VerboColetivo. Foram momentos de felicidade e aprendizado
A intervenção no outdoor realizada pelo VerboColetivo marcou o encerramento do ciclo de rodas de conversas e oficinas de stencil com jovens do município de Marília em 2013. Contamos com várias parcerias nesse projeto, uma delas possibilitou a intervenção pensada e executada pelos jovens em um outdoor localizado na avenida das Esmeraldas. O local escolhido buscou dialogar sobre a apropriação do espaço público pelos jovens periféricos da cidade.
Foi um período marcante na caminhada do coletivo. Esperamos que esse vídeo possa inspirar o cotidiano afim de nos manter em movimento sempre.
O Fórum Popular das Juventudes organizado pelo VerboColetivo contou com a participação de mais de 300 jovens nas rodas de conversas e oficinas artísticas contra a redução da maioridade penal.
O Fórum foi realizado em 2013 e contou com a participação da Débora Maria do movimento Mães de Maio pautando a vida da juventude negra e periférica e fomentando a discussão contra a redução da maioridade penal. Muitas pessoas contribuíram nas discussões que também perpassaram temas como Políticas Públicas de Juventude e aspectos da condição juvenil. Realizamos mais de 30 atividades como preparação do Fórum com jovens de diversos espaços, como escolas públicas, CRAS – Centro de referência da Assistência Social, Fundação Casa entre outros. Além das discussões e construções coletivas, fizemos intervenções artísticas na cidade utilizando o lambe lambe e sticker como posicionamento político. Tudo isso só foi possível graças o engajamento de várias/os companheiras/os do coletivo e do financiamento do Edital da Cáritas Nacional.
Uma das vertentes do nosso trabalho é a realização de oficinas artísticas, especialmente com jovens, no qual partilhamos técnicas da arte urbana, como o stencil, sticker e lambe lambe. A proposta é dividir os saberes que adquirimos de forma popular e coletiva nos projetos e ações que participamos antes do Estúdio criar forma.
Nesses últimos anos tivemos a oportunidade de facilitar oficinas artísticas em diversos lugares como escolas, universidades, projetos parceiros e eventos. Recordar esses espaços e as criações dos/as jovens que tivemos a feliz oportunidade de conhecer, nos remete a importância e o potencial transformador que a arte desempenha. Esperamos que em breve possamos voltar a circular com as oficinas, dividindo nossa experiência e somando com as múltiplas formas de arte e expressão.
A potência transformadora das mulheres pulsa em nosso cotidiano, nos impulsiona a lançar o olhar e a atenção para suas trajetórias de vida, para que respeitosamente possamos pedir licença para nos APROXIMAR, abrir ouvidos e corações afim de CONHECER suas memórias e suas histórias. Mulheres plurais que plantaram e plantam sementes, cuidam do broto, colhem as flores da luta e que no alinhavo das costuras, bordam as resistências do cotidiano.
Essa é um pouco da proposta do projeto Resistências do Cotidiano que se materializa no registro da partilha de vida dessas mulheres e ressoando através da produção e exibição do documentário, do graffiti do retrato de mulheres e suas falas potentes estampadas nos muros da cidade através do cartaz lambe.
Até o momento tivemos a feliz oportunidade de conhecer um pouco mais a história de luta da considerada símbolo da Lei Maria da Penha na cidade. Ela fez o enfrentamento e rompeu os ciclos de violência física e psicológica que sofria, desde então, é referência para outras mulheres que estão na luta enfrentando as violências diárias.
Sua potência transformadora questiona e rompe com os estereótipos de passividade atribuídos a nós mulheres e impulsiona muitas outras a buscarem uma vida melhor, a não perderem a esperança e nunca desistirem de seus sonhos.
Nosso intento é continuar ecoando a força das resistências cotidianas dessas mulheres, visibilizar a memória de suas lutas e principalmente o sonho que cada uma anuncia, para que coletivamente possamos RESISTIR.
Esse projeto lindo conta com a participação efetiva das companheiras Paula Mello e Patrícia França.
Uma das ações do estúdio é a produção e venda de artes afim de fortalecer a economia criativa e solidária. Acreditamos no fazer manual como potência que movimenta e transforma, na economia solidária como instrumento para subverter a lógica imposta e possibilidade de aproximar pessoas, sonhos e saberes.
A proposta da Loja itinerante é fortalecer nos eventos e atividades que somos convidadas a compor com nossa arte, caminhando conforme os passos permitem, trocando experiências e pautando outras relações possíveis através do consumo consciente e responsável.
Nos últimos anos conseguimos somar em diversos eventos, atividades e ações no município. Foram espaços importantes para o estúdio, não apenas para vender, mas principalmente para conhecer outras iniciativas transformadoras e lutas urgentes.
Boa parte da renda que conseguimos é destinada para ações que nosotras desenvolvemos, como por exemplo, as oficinas e intervenções artísticas.
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O Estúdio Aberto nasce da necessidade de celebrar a vida, de encontrar pessoas e somar nas lutas cotidianas. A 1ª edição foi realizada na comemoração de 01 ano do Estúdio Nosotras. Ao longo do caminho realizamos 06 edições e cada uma delas contou com a participação de muita gente querida e foi ponte para encontrar outros sonhos e possibilidade de construções.
Abrir nosso espaço foi um passo muito importante nessa caminhada. Desejamos que em breve possamos continuar com as edições do Estúdio Aberto no novo endereço. Nesse projeto que deseja ser aberto e livre independente do lugar que ocupa.
Agradecemos cada artista que fortaleceu com a sua arte, seja nas apresentações musicais ou nos artesanatos da Tenda Coletiva. Cada gente querida que apareceu e somou nessa proposta.